segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Dimensão simbolica/ elementos simbolicos em Memorial do convento
Os elementos simbólicos em Memorial do Convento são predominantes.
Título - relato de memórias; feitos memoráveis
Passarola - o sonho de voar; a leveza; a superação da condição humana
Convento e "mãe da pedra" - representa a opressão dos pobres, por parte dos poderosos; o peso da condição humana
Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas - são personagens heróicas e ligam-se os dois simbolizando o verdadeiro amor e a sua plenitude; a totalidade e a perfeição. Simbolicamente, este casal guardará os segredos dos oprimidos. Vivem um amor sem regras, natural e instintivo, ao contrário dos reis. Estão associados à simbologia da Lua e do Sol. O amor vivido entre estas personagens faz um contraste com o "amor" que é vivido entre os Rei e a Rainha.
A música - Scarlatti representa simbolicamente o transcendente que advém da música e que, ligado à clarividência de Blimunda, instaura o domínio do maravilhoso na obra.
As vontades - significam que as vontades dos homens, unidas, serão capazes de vencer a ignorância, o fanatismo, a intolerância, libertando o homem, projectando-o para uma novidade e abrindo-lhe perspectivas de um mundo diferente.
Categorias da narrativa
Acção
Quando falamos na estrutura de qualquer texto literário narrativo (conto ou romance), estamos a referir-nos ao conjunto de eventos que se vão desenvolvendo e sucedendo ao longo da obra, com limitações relativamente definidas, ou seja, os capítulos. Apesar de, neste romance, os capítulos não estarem numerados, o espaço em branco que surge imediatamente antes da primeira frase de cada um deles leva a crer, sem dúvidas, de que se trata de um novo capítulo.
Vejamos, por ora, os principais factos que compõem a acção de Memorial do Convento:
Construção do Convento de Mafra – o decorrer da construção do convento de ocupa grande parte da acção da obra e tem que ver com a narração de quatro grandes factos: a escolha do local por parte d’el-rei D. João V (Mafra); o lançamento da primeira pedra (em 1717, com direito a visita real e a procissão solene e pomposa); a construção propriamente dita do monumento (da qual sobressai o recrutamento forçado, em duas fases, os trabalhadores do povo, bem como os seus sofrimentos, o trabalho árduo e até a morte de alguns) e, por último, a sagração da Basílica, em 22 de Outubro de 1730.
Construção da passarola – esta narrativa é considerada encaixada, por ser paralela à narrativa que diz respeito à construção do convento. A passarola é desenhada e arquitectada pelo Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão (depois de seguidos conselhos holandeses sobre o seu combustível, ou seja, âmbar e éter) e com a ajuda de Baltasar e Blimunda, a “máquina de voar” vai sendo construída secretamente na quinda do duque de Aveiro, em São Sebastião da Pedreira. Depois de acabada, seguiu-se o éter (“vontades dos vivos” que a vidente recolhia na hora em que eles morriam) e o primeiro voo da passarola vai sobrevoar Lisboa e Mafra, vindo a cair no Monte do junto, momento este em que o Padre Bartolomeu desaparece e virá a morrer, anos mais tarde, em Toledo (Espanha).
Retrato da relação amorosa entre Baltasar e Blimunda – esta é também considerada uma narrativa encaixada e trata de uma relação amorosa “livre”, dado que, depois de os dois se conhecerem no auto-de-fé, que condenou a mãe de Blimunda a açoites públicos e ao degredo em Angola, passaram a viver juntos, sem oura bênção sacerdotal que não a que lhes deu o Padre Bartolomeu. A narração desta relação inclui referências às relações sexuais naturais que resultam do amor entre ambos e que nada têm de obsceno e pecaminoso, uma vez que os dois se amam verdadeiramente, sem necessitarem de acto matrimonial oficial de espécie alguma. Depois de ter ido visitar a passarola ao Monte de Junto (onde passou a estar escondida), Baltasar desaparece misteriosamente, sendo que Blimunda o virá a encontrar, ao fim de nove anos de sofrida procura, a arder numa fogueira resultante de mais um tenebroso e irracional auto-de-fé.
Outras narrativas de personagens (cujo papel é menor) que vão surgindo ao longo da obra (João Elvas, Francisco Marques, José Pequeno, Joaquim da Rocha, Manuel Milho, João Anes, Julião Mau-Tempo e Baltasar Mateus) – estas narrativas de importância subalterna dizem, regra geral, respeito a autoapresentações destas personagens do Povo (ou antigos soldados, tal como Baltasar Mateus e João Elvas), seguidas de histórias de tradição oral do Povo, contadas à noite, nas tabernas improvisadas no Alto da Vela (loval mafrense exacto da construção do convento).
Personagens (Dimensão Simbólica)
Em Memorial do Convento há dois grupos antagónicos de personagens: a classe opressora, representada pela aristocracia e alto clero, e os oprimidos, o povo. No primeiro grupo destaca-se a actuação do Rei, enquanto que no segundo, além de Baltasar e Blimunda, se integram o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, perseguido pela Inquisição, pela modernidade do seu espírito científico, e Domenico Scarlatti que, pela liberdade de espírito e pelo poder subversivo da sua música, é uma figura incómoda para o Poder. É ainda importante referir que, em Memorial do Convento, as personagens históricas convivem com as fictícias, conduzindo à fusão entre realidade e ficção.
D. João V
Rei de Portugal de 1706 a 1750, desempenha o papel de monarca de setecentos que quer deixar como marca do seu reinado uma obra grandiosa e magnificente - o Convento de Mafra. Este é construído sob o pretexto de que cumpre uma promessa feita ao clero, classe que "santifica" e justifica o seu poder.
É símbolo do monarca absoluto, vaidoso, megalómano, egocêntrico, e mantém com a rainha apenas uma relação de "cumprimento do dever" e, em alguns momentos, pretende ser um déspota esclarecido, à semelhança dos monarcas europeus da sua época (favorece, durante algum tempo, o projecto do padre Bartolomeu de Gusmão e contrata Domenico Scarlatti para ensinar música a sua filha, a infanta Maria Bárbara). Dado aos prazeres da carne e a destemperos vários (teve muitos bastardos e a sua amante favorita era a Madre Pauta do Convento de Odivelas). Sacrificou todos os homens válidos e a riqueza do país na construção do convento.
Maria Ana Josefa
De origem austríaca, a rainha, surge como uma pobre mulher cuja única missão é dar herdeiros ao rei para glória do reino e alegria de todos. É símbolo do papel da mulher da época: submissa, simples procriadora, objecto da vontade masculina.
Baltasar Sete-Sóis
Baltasar Mateus, de alcunha Sete-Sóis, deixa o exército depois de ter ficado maneta em combate contra os espanhóis, conhece Blimunda em Lisboa, e com ela partilha a vida e os sonhos. De ex-soldado passa a açougueiro em Lisboa e, posteriormente, integra a legião de operários das obras do convento. A sua tarefa máxima vai ser a construção da passarola, idealizada pelo padre Bartolomeu de Gusmão, passando a ser o garante da continuidade do projecto, quando o padre Bartolomeu desaparece em Espanha.
Baltasar acaba por se constituir como a personagem principal do romance, sendo quase "divinizado" pela construção da passarola: "maneta é Deus, e fez o universo. (...) Se Deus é maneta e fez o universo, este homem sem mão pode atar a vela e o arame que hão-de voar. " - diz o padre Bartolomeu a propósito do seu companheiro de sonhos. Após a morte do padre, Baltasar ocupa-se da passarola e, um dia, num descuido, desaparece com ela nos céus. Só é reencontrado, nove anos depois, em Lisboa, a ser queimado no último auto-de-fé realizado em Portugal.
O simbolismo desta personagem é evidente, a começar pelo seu nome: sete é um número mágico, aponta para uma totalidade (sete dias da criação do mundo, sete dias da semana, sete cores do arco-íris, sete pecados mortais, sete virtudes); o Sol é o símbolo da vida, da força, do poder do conhecimento, daí que a morte de Baltasar no fogo da Inquisição signifique, também, o regresso às trevas, a negação do progresso. Baltasar transcende, então, a imagem do povo oprimido e espezinhado, sendo o seu percurso marcado por uma aura de magia, presente na relação amorosa com Blimunda, na afinidade de "saberes" com o padre Bartolomeu e no trabalho de construção da passarola.
Baltasar é uma das personagens mais bem conseguidas de todo o romance porque descrever a ambição de um rei, as intrigas duns frades e a loucura de um cientista é relativamente fácil, mas escolher uma personagem do povo, maneta e vagabunda, que aparentemente não tem muito para dizer e convertê-la no fio condutor da narrativa e no protagonista duma das mais belas e sentidas histórias de amor, é algo que só conseguem autores como Cervantes, que de um criado como Sancho Pança criou um arquétipo e um digno "antagonista" de Dom Quixote.
Baltasar é um homem simples, elementar, fiel, terno e maneta, que confina a capacidade de surpresa com a resignação típica das pessoas humildes de coração e de condição. Aceita a vida que lhe foi dado viver e a mulher que o destino lhe ofereceu, sem assombro nem protestos; acata as suas circunstâncias e não tem medo nem do trabalho nem da morte. Não é um herói nem um anti-herói, é simplesmente um homem.
Blimunda de Jesus
Blimunda de Jesus é "baptizada" de Sete-Luas pelo padre Bartolomeu de Gusmão ("Tu és Sete-Sóis porque vês às claras, (...) Blimunda, que até aí só se chamava, como sua mãe, de Jesus, ficou sendo Sete-Luas, e bem baptizada estava, que o baptismo foi de padre, não alcunha de qualquer um").
Conhece Baltasar quando assiste à partida de sua mãe, acusada de feitiçaria, para o degredo. Logo os dois se apaixonam, e este amor puro e verdadeiro foge às convenções, subvertendo a moral tradicional e entrando no domínio do maravilhoso - primeira noite de amor.
Blimunda tem um dom: vê o interior das pessoas quando está em jejum, herdou da mãe um "outro saber" e integra-se no projecto da passarola, porque, para o engenho voar, era preciso "prender" vontades, coisa que só Blimunda, com o seu poder mágico, era capaz de fazer. Blimunda é, simultaneamente, uma personagem que releva o domínio do maravilhoso, pelo dom que tem de ver "o interior" das pessoas (poder que nunca exerce sobre Baltasar: "Nunca te olharei por dentro"), porque amar alguém é aceitá-lo sem reservas. Blimunda encerra uma dimensão trágica na vivência da morte de Baltasar.
Simbolicamente, o nome da personagem acaba por funcionar como uma espécie de reverso do de Baltasar. Para além da presença do sete, Sol e Lua completam-se: são a luz e a sombra que compõem o dia - Baltasar e Blimunda são, pelo amor que os une, um só. A relação entre os dois é também subversiva, porque não existe casamento oficial e porque os dois têm os mesmos direitos, facto inverosímil em pleno século XVIII.
Como outras personagens femininas de Saramago, também Blimunda tem uma grande firmeza interior, uma forma de oferecer-se em silêncio e de aceitar a vida e os seus desígnios sem orgulho nem submissão, com a naturalidade de quem sabe onde está e para quê.
Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão
O padre Bartolomeu, personagem real da História, forma com Baltasar e Blimunda o núcleo mágico e trágico do romance. Vive com uma obsessão, construir a máquina de voar, o que o leva a encetar uma investigação científica na Holanda. Como cientista ignora os fanatismos religiosos da época e questiona todos os principias dogmáticos da Igreja. O seu sonho de voar e as suas inabaláveis certezas científicas revelam orgulho, "ambição de elevar-se um dia no ar, onde até agora só subiram Cristo, a Virgem e alguns santos eleitos" e tornam-no persona non grata para a Inquisição que o acusa de bruxaria, obrigando-o a fugir para Espanha e a deixar o seu sonho/projecto nas mãos de Baltasar.
A sua obsessão de voar domina-o de tal forma, que ele não se inibe de integrar no seu projecto um casal não abençoado pela Igreja e de aceitar e usufruir das capacidades heréticas de Blimunda, que farão a passarola voar. A passarola, símbolo da concretização do sonho de um visionário, funciona de uma forma antagónica ao longo da narrativa: é ela que une Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu, mas também é ela que vai acabar por separá-los.
Domenico Scarlatti
Artista estrangeiro contratado por D. João V para iniciar a infanta Maria Bárbara na arte musical. O poder curativo da sua música liberta Blimunda da sua estranha doença, permitindo-lhe cumprir a sua tarefa ("Durante uma semana (...) o músico foi tocar duas, três horas, até que Blimunda teve forças para levantar-se, sentava-se ao pé do Cravo, pálida ainda, rodeada de música como se mergulhasse num profundo mar, (...) Depois, a saúde voltou depressa").
Scarlatti é cúmplice silencioso do projecto da passarola ("Saiu o músico a visitar o convento e viu Blimunda, disfarçou um, o outro disfarçou, que em Mafra não haveria morador que não estranhasse, e (...) fizesse logo seus juízos muito duvidosos”).
É, ainda, Scarlatti que dá a notícia a Baltasar e Blimunda da morte do padre Bartolomeu. A música do cravo de Scarlatti simboliza o ultrapassar, por parte do homem, de uma materialidade excessiva, e o atingir da plenitude da vida.
Bartolomeu de Gusmão, esse, aliado em diálogo excepcional com o músico Scarlatti, o único que pode de raiz compreender as suas congeminações aladas, representa a possibilidade de articulação entre a cultura e o humano, entre o saber e o sonho, entre o conhecimento e o desejo (...) São os caminhos da ficção os que mais justificadamente conduzem ao encontro da verdade.
Tempo
O tempo em Memorial do Convento pode ser perspectivado segundo três vertentes: o tempo histórico (pertencente à História de Portugal); o tempo desta história contada por Saramago, isto é, a sua narrativa e, por último, o tempo do discurso que é aquele que, sendo relativamente vago (dias, meses, anos), remete para a sucessão de acontecimentos na narrativa.
Já sabemos que o tempo histórico corresponde a alguns anos do reinado de D. João V, designadamente no que se refere à sua promessa de emergir um convento de franciscanos “em troca” de um descendente.
Assim, a primeira pedra da obra foi colocada no dia 17 de Novembro de 1717 (o que, de facto, aconteceu historicamente), sendo a Basílica do Convento de Mafra inaugurada ainda em vida d’el-rei, a 22 de Outubro de 1730, depois de aceleradas as obras e recrutados à força milhares de membros do Povo.
No sentido de confirmar este período histórico, Saramago oferece ao leitor um conjunto de descrições pormenorizadas sobre personagens, espaços e outros eventos que os registos históricos também confirmam. A estes pormenores compete dar “cor local”, ou seja, desenhar o ambiente em que personagens e história se desenvolvem.
Vejamos alguns exemplos: a informação de que o arquitecto alemão Frederico Ludovice foi o encarregado da obra durante algum tempo; a vinda de materiais do Brasil e de outros países da Europa (nomeadamente obras de arte e decoração); o pedido do rei em adiantar as obras e sua consequente inauguração e a vinda de, pelo menos, uma pedra gigante da localidade de Pêro Pinheiro para Mafra.
Quanto ao tempo da narrativa saramaguiana, existem, no romance, informações explícitas ou indirectas a vários momentos da nossa cronologia, que se resumem a 28 anos. Consideremo-los agora:
1711 é a primeira referência temporal, quando se lê a propósito d’el-rei D. João V “um homem que ainda não fez vinte e dois anos” (el-rei nasceu em 1689);
17 de Novembro de 1717 marca o início das obras em Mafra, com a colocação e bênção da primeira pedra;
8 de Junho de 1719 é a data referida para a procissão do Corpo de Deus;
1727 é o ano implicado na sequência frásica “dezasseis anos passaram desde que a vimos pela primeira vez” – sobre Blimunda;
22 de Outubro de 1730, data indicada por D. João V para a sagração da Basílica, momento da celebração dos seus 41 anos de idade;
1739 é a última data implicada na obra, por meio da frase que inicia o último capítulo de Memorial do Convento, “Durante nove anos, Blimunda procurou Baltasar”, momento que se seguiu ao desaparecimento misterioso deste homem.
No que diz respeito ao tempo do discurso, o romance refere-se à passagem do tempo dentro da narrativa, através do recurso a dias, meses e anos, como acontece nos exemplos a seguir indicados:
“Ao outro dia, depois d’el-rei partir para a cortes”;
“Aí está Junho”;
“Agosto acabou, Setembro vai em meio”.
É neste tipo de tempo, o do discurso, que o narrados, omnisciente e sempre sabedor, manipula as informações que quer dar aos leitores, referindo-se a tempos anteriores à construção do convento, ou posteriores a ela. Essa técnica de referência temporal é conseguida através de analepses, prolepses, elipses e resumos, que vão fazendo variar o ritmo do discurso e da narração.
Espaço
Espaço Físico – em termos físicos, os espaços privilegiados são Lisboa e Mafra, locais que correspondem à construção dos dois projectos impulsionadores da acção e de observação privilegiada dos autos-de-fé como autoridade reguladora que representa o poder da Igreja;
Espaço Social – corresponde à recriação de ambientes da época, neste caso o Portugal do século XVIII marcado pelo Iluminismo trazido pelos estrangeirados e ao mesmo tempo pelo obscurantismo da população e o medo do poder da Inquisição. Refere-se aos meios (procissões, corte, palácios, igrejas) em que as classes sociais se movimentam e que contribuem, afinal, para o leitor perceber as grandes diferenças (injustas) entre elas;
Espaço Psicológico – diz respeito a reflexões , meditações, visões, sonhos e a demais pensamentos das personagens, tais como os momentos de reflexão e angústia de Blimunda, quando procura Baltasar e vagueia por Portugal inteiro (e Espanha).
Narrador
O narrador do Memorial do Convento é, quanto à ciência (ou conhecimento da história), claramente omnisciente, o que significa que conhece toda a história, podendo manipulá-la, referindo-se a momentos anteriores (analepses) e posteriores (prolepses) que vai espalhando pelo meio dessas narrativas.
Por ser omnisciente é que o narrador se assume também comentador e crítico (através da ironia e do sarcasmo) dos momentos e acontecimentos que vai narrando, muitas vezes tecendo comentários numa espécie de tom confessional.
Quanto à sua presença no romance, este narrador assume três posições: é heterodiegético, quando se refere às personagens na terceira pessoa do singular ou do plural; é homodiegético, quando se inclui nas narrações ou comentários e autodiegético, quando discursa sobre a moral (ou falta dela) das personagens e dos tempos do seu romance – neste caso é o verdadeiro protagonista da narração, pois está a expressar os seus pontos de vista.
A propósito de pontos de vista, o narrador actualiza-nos por meio de duas estratégias de focalização de personagens e ambientes: a focalização omnisciente (mostra tudo saber sobre a história) e a focalização interna (dar oportunidade a uma personagem de perspectivar outras personagens ou ambientes).
Barroco em Portugal
Um dos mais importantes monumentos do Barroco em Portugal, o Palácio Nacional de Mafra é um símbolo do reinado absolutista de D. João V. Das suas 1200 divisões, realce para a Biblioteca, uma das mais importantes do século XVIII, com um acervo de cerca de 35 mil volumes, para o Convento, que constitui um património religioso ímpar no nosso país, para a Basílica, obra-prima da arquitectura setecentista, e para os famosos Carrilhões, conjunto único no mundo pelas suas dimensões e beleza do seu mecanismo.
Intenção Crítica do narrador
Em Memorial do Convento, o narrador recorre à ironia e ao sarcasmo para criticar a sociedade do século XVIII, principalmente no reinado de D. João V, e para, paralelamente, atingir o período do Estado Novo. De facto, o povo surge como uma classe trabalhadora explorada, que vive miseravelmente, o que contrasta com as regalias do clero e da nobreza.
Na obra, as reflexões e os juizos de valor do narrador contribuem para atingir, também, a atitude do próprio povo que tem a coragem de se divertir com os autos-de-fé e as touradas. Assim, apesar das precárias condições de vida, o povo é cruel para com os seus semelhantes, pelo que Saramago não poupa a crítica a nenhuma das classes sociais.
Por outro lado, a obra permite fazer a ponte com as situações politicas e sociais de meados do século XX. Alias, constatamos que há uma intenção de criticar a sociedade do século XX através da referência a situações de injustiça da realidade portuguesa do século XVIII.
D.joao V
Monarca português, vigésimo quarto rei de Portugal, o seu reinado, que durou de 1707 até à sua morte em 1750, foi um dos mais longos da História portuguesa. Nasceu a 22 de outubro de 1689, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuburgo, e foi aclamado rei a 1 de janeiro de 1707. Casou a 9 de julho de 1708 com D. Maria Ana da Áustria, irmã do imperador austríaco Carlos III.D. João V seguiu uma política de neutralidade em relação aos conflitos europeus mas empenhou-se fortemente na defesa dos interesses portugueses no comércio ultramarino, de que foi exemplo o Tratado de Utreque (1714), em que a França e a Espanha reconheceram a soberania portuguesa sobre o Brasil. Esta neutralidade foi possível devido à riqueza do reino proveniente da exploração das minas de ouro brasileiras. D. João V pretendeu, à semelhança dos outros monarcas europeus, imitar Luís XIV. Defensor do absolutismo, não reuniu as Cortes uma única vez durante o seu reinado. Teve como principal ministro e homem de confiança o cardeal da Mota.Devido às grandes obras que promoveu no campo da arte, da literatura e da ciência, ficou conhecido por "o Magnânimo". Na cultura merecem referência especial a Real Academia Portuguesa de História, fundada em 1722, e a introdução da ópera italiana, em 1731. D. João V desenvolveu ainda as artes menores (talha, azulejo e ourivesaria) e as artes maiores através de vários pintores e escultores que se deslocaram de Itália para trabalhar em Lisboa e Mafra. O Palácio-Convento de Mafra, mandado construir como forma de agradecer o nascimento do seu primeiro filho varão, e o Aqueduto das Águas Livres são dois exemplos de obras públicas de grande imponência. Deu nome a um período da história da arte portuguesa designado Barroco Joanino.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
A inquisição em Portugal
A Inquisição Portuguesa tinha de cobrir todos os territórios do império ultramarino português, tendo sido particularmente mais rigorosa em Portugal e menos violenta na Índia. É natural serem hoje recordados somente os casos mais marcantes que tenham comovido ou irado as populações, contentes ou não pelos resultados dos julgamentos feitos. Foi decretada uma lei que proibia a todos de apedrejarem, cuspirem, ou insultarem os réus e os condenados. Contudo eram as crianças que apedrejavam de forma "desculpável".
Foi pedida inicialmente por D. Manuel I de Portugal, para cumprir o acordo de casamento com Maria de Aragão. A 17 de dezembro de 1531 Clemente VII pela bula Cum ad nihil magis a instituiu em Portugal, mas um ano depois anulou a decisão. Em 1533 concedeu a primeira bula de perdão aos cristãos-novos portugueses. D. João III, filho da mesma Dª Maria, renovou o pedido e encontrou ouvidos favoráveis no novo Papa, Paulo III que cedeu, em parte por pressão de Carlos V de Habsburgo.
Em 23 de maio de 1536, por outra bula em tudo semelhante à primeira, foi instituída a Inquisição em Portugal. Sua primeira sede foi Évora, onde se achava a corte. Tal como nos demais reinos ibéricos, tornou-se um tribunal ao serviço da Coroa.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Linguagem e Estilo de José Saramago
Memorial do Convento é uma obra marcada por uma narrativa de ritmo
caudaloso, fluente, ritmado por frases longas, onde são utilizados ditados populares e
expressões que revelam uma sabedoria adquirida na vida quotidiana. As marcas de
oralidade são, igualmente, utilizadas ao longo de toda a obra. Saramago possui um
estilo muito próprio, dialogal e inconfundível, onde as regras do discurso são
aparentemente transgredidas: utiliza parágrafos com aproximadamente uma página,
com textos contínuos com diálogos neles inseridos, sem recorrer à utilização da
pontuação normalmente utilizada: os dois pontos, o travessão ou as aspas. A estrutura
não deixa de ser organizada, mas existem no texto linguagens que não correspondem
ao estilo discursivo habitualmente utilizado. “De facto, José Saramago parece ter
revertido ou radicado o processo de escrita ao modo próprio da fala. Enquanto o
discurso escrito obedece a um conjunto de preceitos linguísticos segundo a
normatividade da língua, o discurso oral permite a libertação deste modelo, deixando
soltar a linguagem em improvisos sintácticos, morfológicos, semânticos e até fonéticos,
que exprimem a vivacidade, a novidade e a originalidade da língua” (in REAL, Miguel.
Narração, Maravilhoso, Trágico e Sagrado em Memorial do Convento de José Saramago. Caminho,
Lisboa: Janeiro de 1996)
Exemplificando, a descrição de elementos espaciais ou de comportamentos e
atitudes das personagens mostra uma transgressão das regras linguísticas do texto
escrito, “levando à interpenetração de elementos descritivos e narrativos, à mistura
com diálogos e outros segmentos frásicos que tornam o discurso indirecto "diluído",
mais próximo de realizações próprias do discurso indirecto livre (onde as coordenadas
da narração reflectem uma polifonia enunciativa sem fronteiras claras).” (in PEIXOTO,
Maria José, e FONSECA, Célia, Dossier Exame, Português B, 12º ano, 1.ª ed., Edições Asa, 2001, pp. 173-
174.)
Muitas das passagens na obra remetem-nos para excertos com elevada
simbologia. Após a leitura da obra, é possível verificar que o autor “cria” um novo
discurso, proveniente da mistura dos discursos directo, indirecto e indirecto livre, que, por vezes, torna difícil a sua diferenciação. Existe uma alternância entre o discurso
escrito e o discurso oral onde, por vezes, está intercalado o monólogo interior.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Bibliografia de José Saramago
Bibliografia de José Saramago
Terra do Pecado
Romance
Portugal: Minerva, 1947; Caminho, 1997.
Os Poemas Possíveis
Poesia
Portugal: Portugália, 1966; Caminho (2.ª ed. rev.), 1982
Provavelmente Alegria
Poesia
Portugal: Horizonte, 1970; Caminho (2.ª ed. rev.), 1985
Deste Mundo e do Outro
Crónica
Portugal: Arcádia, 1971; Caminho, 1986
Espanha: Ronsel, 1986. Trad. Basilio Losada
A Bagagem do Viajante
Crónica
Portugal: Futura, 1973; Caminho, 1986.
Brasil: Companhia das Letras, 1998.
Espanha: Ronsel, 1992. Trad. Basilio Losada; Ediciones B, 1995. Trad. Basilio Losada.
Itália: Bompiani, 1994. Trad. Giulia Lanciani.
México: UNAM, 1994. Trad. Dulce María Zúñiga.
As Opiniões que o DL teve
Crónica política
Portugal: Seara Nova/Futura, 1974.
O Ano de 1993
Poesia
Portugal: Futura, 1975; Caminho, 1987. Ilustrações de Graça Morais.
Espanha: Libros del Oeste, 1996. Trad. Ángel Campos Pámpano.
Itália: E.T.S., 1993. Trad. Domenico Corradini.
Os Apontamentos
Crónica política
Portugal: Seara Nova, 1976; Caminho, 1990.
Manual de Pintura e Caligrafia
Romance
Portugal: Moraes, 1987; Caminho, 1983.
Alemanha: Rowohlt, 1990, Trad. Maria Eduarda Alvelos.
Brasil: Companhia das Letras, 1992.
Espanha: Seix Barral, 1989. Trad. Basilio Losada.
Grã-Bretanha: Carcanet, 1992. Trad. Giovanni Pontiero.
Itália: Bompiani, 1994. Trad. Rita Desti.
Objecto Quase
Conto
Portugal: Moraes, 1978; Caminho, 1984.
Alemanha: Rowohlt, 1985. Trad. Sarita Brandt/Andreas Klotsch.
Brasil: Companhia das Letras, 1994, 1998.
Espanha: Alfaguara, 1994. Trad. Eduardo Naval.
França: Salvy, 1990. Trad. Claude Fages.
Italia: Bompiani, 1996. Trad. Rita Desti.
A Noite
Teatro
Portugal: Caminho, 1979.
Espanha (valenciano): Tres i Quatre, 1995. Trad. Albano Saraiva e Josep Lluís Sirera.
Levantado do Chão
Romance
Portugal: Caminho, 1980; Círculo de Leitores, 1988
Alemanha: Aufbau, 1982. Trad. Rainer e Rosi Bettermann; Rowohlt, 1987. Trad.
Rainer e Rosi Bettermann
Brasil: Difel, 1982, Bertrand, 1996
Bulgária: Narodna
Cuba: Arte y Literatura, Bolsilibros, 1989. Trad. Rodolfo Alpízar
Espanha: Seix Barral, 1989. Trad. Basilio Losada
França: Seuil
Itália: Bompiani, 1992. Trad. Rita Desti.
Rússia: Progress, 1982. Trad. A. Bogdanovskogo/N. Malyhinoj
Que farei com este livro?
Teatro
Portugal: Caminho, 1980
Brasil: Companhia das Letras, 1998
Viagem a Portugal
Viagem
Portugal: Círculo de Leitores. 1981; Caminho, 1990
Brasil: Companhia das Letras, 1991
Espanha: Circulo de Lectores, 1991, Trad. Basilio Losada; Arquetipo, 1991, Alfaguara, 1995.
Itália: Bompiani, 1996. Trad. Rita Desti.
Memorial do Convento
Romance
Portugal: Caminho, 1982; Círculo de Leitores, 1984; Editorial Avante, 1987, RBA, 1994
Alemanha: Aufbau, 1986. Trad. Andreas Klotsch; Rowohlt, 1986. Trad. Andreas Klotsch
Argentina: Seix Barral, 1995. Trad. Basilio Losada
Brasil: Difel, 1983; Bertrand, 1987, Círculo do Livro, 1987
Bulgária: Narodnak
China (mandarim): ICM/ Montanha das Flores, 1996. Trad. Fan Wei Xin
Colômbia: Seix Barral, 1990. Trad. Basilio Losada
Croácia: Kolumbus, 1997. Trad. Dejan Stankovic
Dinamarca: Viborg, Samleren, 1987. Trad. Mone Hvass; Gyldendals Bogklubber, 1989
Espanha: Seix Barral, 1986, 1987. Trad. Basilio Losada, Alfaguara, 1998. Espanha (catalão): Proa, 1988. Trad. Josep Daurella
EUA: Harcourt Brace, 1985. Trad. Giovanni Pontiero; Ballantine Book, 1978. Trad. Giovanni Pontiero, Harvest Books, 1998
Finlândia: Tammi, 1989. Trad. Pirjo Suomalainen Pedrosa.
França: Albin Michel, 1987, 1995. Trad. Geneviève Leibrich; Du Seuil, 1987. Trad. Anne-Marie Métailié
Grã-Bretanha: Jonathan Cape, 1988. Trad. Giovanni Pontiero; Picador, 1989. Trad. Giovanni Pontiero
Grécia: Synchrony, 1990. Trad. Eugenia Alexios
Holanda: De Arbeiderspers, 1990. Trad. Harrie Lemmens
Hungria: Európa Konyvkiadó, 1992. Trad. Laura Lukács.
Itália: Feltrinelli, 1987. Trad. Rita Desti/Carmen Radulet
Israel: Hakibbutz Hameuhad, 1990. Trad. Miriam Tivon
Noruega: Cappelens Forlag, 1987. Trad. Kjell Risvik
Polónia: Plus
Roménia: Editura Univers, 1988. Trad. Mioara Caragea
Rússia: Raduga, 1985
Suécia: Wahlstrom & Widstrand, 1988. Trad. Marianne Eyre; En Bok For Alla, 1991
Suíça: Buchclub Ex Libris Zurich, 1988. Trad. Andreas Klotsch.
Turquia: Agt Akçali, 1996
O Ano da Morte de Ricardo Reis
Romance
Portugal: Caminho, 1982,1984; Círculo de Leitores, 1985
Alemanha: Rowohlt, 1988. Trad. Rainer Bettermann; Aufbau. 1990
Argentina: Seix Barral, 1994. Trad. Basilio Losada
Brasil: Companhia das Letras, 1988
Croácia: B92, 1998
Dinamarca: Samleren, 1988. Trad. Mone Hvass
Espanha: Seix Barral, 1985, 1990, 1994. Trad. Basilio Losada; Alfaguara, 1995. Circulo de Lectores, 1987; Planeta, 1995. Trad. Basilio Losada. Espanha (catalão): Edicions 62, 1997
EUA: Harcourt Brace, 1991. Trad. Giovanni Pontiero
França: Seufi, 1988. Trad. Claude Fages
Grã-Bretanha: Harvill, 1992. Trad. Giovanni Pontiero
Grécia: Alexandria, 1992
Hungria: Cedrus, 1993
Israel: Hakibbutz Hameuhad, 1994. Trad. Miriam Tivon
Italia: Feltrinelli, 1985. Trad. Rita Desti
A Jangada de Pedra
Romance
Portugal: Caminho, 1986; Círculo de Leitores, 1986
Alemanha: Aufbau, 1987. Trad.
Andreas Klotsch; Rowohlt, 1990, 1996. Trad. Andreas Klotsch
Argentina: Seix Barral, 1994. Trad. Basilio Losada
Brasil: Companhia das Letras, 1992; Círculo do Livro, 1994
Dinamarca: Viborg, Samleren, 1989. Trad. Mone Hvass
Espanha: Seix Barral, 1987. Trad. Basilio Losada; Círculo de Lectores, 1988. Trad. Basilio Losada. Espanha (catalão): Edicions 62,1989
EUA: Harcourt Brace, 1995. Trad. Giovanni Pontiero; Harvest Books, 1996
Finlândia: Tamnii, 1990. Trad. Jyrki Lappi Seppala
França: Seuil, 1990. Trad. Claude Fages
Grã-Gretanha: Harvill, 1995. Trad. Giovanni Pontiero
Hungria: Magveto, 1989. Trad. Srehly Erin
Israel: Hakibbutz Hameuhad, 1992. Trad. Miriam Tivon
Itália: Feltrinelli. 1988. Trad. Rita Desti
Noruega: Cappelens, 1989. Trad. Kjell Risvik
Roménia: Univers, 1990. Trad. Mirela Stanciulescu.
A Segunda Vida de Francisco de Assis
Teatro
Portugal: Caminho, 1987
Itália: Ricordi, 1991. Trad. Giulia Lanciani.
História do Cerco de Lisboa
Romance
Portugal: Caminho, 1989; Círculo de Leitores, 1989
Alemanha: Rowohlt, 1992. Trad. Andreas Klotsch; Buchergilde Gutemberg, 1993. Trad. Andreas Klotsch
Brasil: Companhia das Letras, 1989, 1998
Colômbia: Seix Barral, 1990. Trad. Basilio Losada
Dinamarca: Viborg, Samleren, 1991. Trad. Mone Hvass
Espanha: Seix Barral, 1990. Trad. Basilio Losada. Espanha (catalão): Edicions 62, 1990. Trad. Joan Casas
EUA: Harcourt Brace, 1997. Trad. Giovanni Pontiero, Harvest Books, 1998
Grã-Bretanha: The Harville Press, 1996. Trad. Giovanni Pontiero
Grécia: Synchrony, 1990
Holanda: Arbeiderspers, 1995. Trad. Herrie Lemmens
Hungria: Ibisz, 1997. Trad. Laura Lukács
França: Seuil, 1992. Trad. Geneviève Leibrich
Itália: Bomplani, 1990. Trad. Rita Desti
México: Seix Barral, 1990. Trad. Basilio Losada
Noruega: Cappelens, 1995. Trad. Christian Rugstad
Roménia: Editura Univers, 1997. Trad. Mioara Caragea
Suécia: Wahlstrom & Windstrad, 1991. Trad. Marianne Eyre
O Evangelho segundo Jesus Cristo
Romance
Portugal: Caminho, 1991; Círculo de Leitores, 1991
Alemanha: Rowohlt, 1993. Trad. Andreas Klotsch
Argentina: Seix Barral, 1992. Trad. Basilio Losada
Brasil: Companhia das Letras, 1991, 1998
Colômbia: Seix Barral, 1992. Trad. Basilio Losada
Dinamarca: Samleren, 1995. Trad. Mone Hvass
Espanha: Seix Barral, 1992. Trad. Basilio Losada; Círculo de Lectores, 1992. Trad. Basilio Losada; RBA, 1995. Trad. Basilio Losada
EUA: Harcourt Brace, 1994. Trad. Giovanni Pontiero
Finlândia: Tammi, 1998. Trad. Erkki Kirjalainen
França: Seuil, 1993. Trad. Geneviève Leibrich
Grã-Bretanha: Harvill Press, 1993. Trad. Giovanni Pontiero
Grécia: Synchrony, 1990
Holanda: Arbeidesrpers, 1993. Trad. Herrie Lemmens
Israel: Hakibbutz Hameuhad, 1993. Trad. Miriam Tivon
Itália: Bompiani, 1993. Trad. Rita Desti
Noruega: Cappelens, 1993. Trad Kjell Risvik
Polónia: SAWW, 1992. Trad. Cesary Dlugsz
Suécia: Wahistrom & Widstrand, 1993. Trad. Hans Berggrem, Bonnierforlagen, 1997
In Nomine Dei
Teatro
Portugal: Caminho, 1993
Brasil: Companhia das Letras, 1993, 1998
Espanha: Ronsel, 1994. Trad. Basilio Losada. Espanha (valenciano): Tres i Quatre, 1995. Trad. Albano Saraiva e Josep Lluís Sirera
Itália: Einaudi, 1994. Trad. Rita Desti
Cadernos de Lanzarote I-II-III-IV
Diário
Portugal: Caminho, 1993,1994,1995, 1996, 1997
Espanha: (1993-1995) Alfaguara, 1997. Trad. Eduardo Naval
Brasil: Companhia das Letras, 1998
Ensaio sobre a Cegueira
Romance
Portugal: Caminho, 1995; Círculo de Leitores, 1996
Alemanha: Rowohlt, 1997
Argentina: Espasa Calpe/Seix Barral, 1997
Brasil: Companhia das Letras, 1995, 1998
Dinamarca: Viborg, Samleren, 1998 Trad. Peer Sibast
Espanha, Alfaguara, 1996. Trad. Basilio Losada
EUA: Harcourt Brace, 1997. Trad. Giovanni Pontiero
Finlândia: Tammi, 1994. Trad. Erkki Kirialainen
França: Seuil, 1997. Trad. Geneviève Leibrich
Grã-Bretanha: Harvill Press, 1997. Trad. Giovanni Pontiero
Hungria: Európa Konyvkiadó, 1998. Trad. Pál Ferenc
Itália: Einaudi, 1996. Trad. Rita Desti
Suécia: Wahlstrom & Widstrand, 1997. Trad. Hans Berggren.
Obras Completas
Colectânea
Portugal: Lello, 1991
Brasil: Nova Fronteira
Itália: Bompiani. ed. Luciana Stegagno Picchio.
Moby Dick em Lisboa
Conto
Portugal: Expo'98, 1996
O Conto da Ilha Desconhecida
Conto
Portugal: Expo'98/Assírio e Alvim, 1997
Grã-Bretanha: Expo'98/Assírio e Alvim, 1997. Trad. Christine Robinson. Desenhos de Pedro Cabrita Reis.
Todos os Nomes
Romance
Portugal: Caminho 1997
Brasil: Companhia das Letras, 1998
Espanha: Alfaguara, 1998. Trad. Pilar del Río
Itália: Einaudi, 1998. Trad. Rita Desti
Suécia: Wahlstrom & Widstrand, 1998. Trad. Hans Berggren
Biografia- José Saramago
Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione como data de nascimento o dia 18. Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. A maior parte da sua vida decorreu, portanto, na capital, embora até aos primeiros anos da idade adulta fossem numerosas, e por vezes prolongadas, as suas estadas na aldeia natal.
Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance, Terra do Pecado, em 1947, tendo estado depois largo tempo sem publicar (até 1966). Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino.
Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Casou com Pilar del Río em 1988 e em Fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura.
José Saramago faleceu a 18 de Junho de 2010.
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