segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Intenção Crítica do narrador

Em Memorial do Convento, o narrador recorre à ironia e ao sarcasmo para criticar a sociedade do século XVIII, principalmente no reinado de D. João V, e para, paralelamente, atingir o período do Estado Novo. De facto, o povo surge como uma classe trabalhadora explorada, que vive miseravelmente, o que contrasta com as regalias do clero e da nobreza. Na obra, as reflexões e os juizos de valor do narrador contribuem para atingir, também, a atitude do próprio povo que tem a coragem de se divertir com os autos-de-fé e as touradas. Assim, apesar das precárias condições de vida, o povo é cruel para com os seus semelhantes, pelo que Saramago não poupa a crítica a nenhuma das classes sociais. Por outro lado, a obra permite fazer a ponte com as situações politicas e sociais de meados do século XX. Alias, constatamos que há uma intenção de criticar a sociedade do século XX através da referência a situações de injustiça da realidade portuguesa do século XVIII.

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