terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Vida e Obra de Sttau Monteiro
Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro, mais conhecido entre nós por Luís de Sttau Monteiro, nasceu em Lisboa a 3 de Abril de 1926 na Rua de Liverpool, facto que mais tarde aproveitará para brincar, dizendo:"Sou tão estrangeiro que até nasci na Rua de Liverpool".
Filho de jurista, professor catedrático e diplomata, Armindo Monteiro, e de uma senhora da confluência da nobreza espanhola e portuguesa, teve junto da família uma infância e juventude onde os problemas económicos não se colocavam.
Com apenas dez anos de idade, o pai foi nomeado embaixador em Inglaterra, deslocando-se assim para Londres, onde viveu até 1943, altura em que salazar o demite do cargo por ser simpatizante do regime inglês. A estada em Londres exerceu forte influência na personalidade de Sttau Monteiro e, consequentemente, em toda a sua vida e obra.
Aí teve o primeiro contacto com a dura realidade da guerra pois, na altura, Inglaterra era o palco da Segunda Guerra Mundial. É desta época que remonta o seu repúdio pelo horror das guerras, não compreendendo os espíritos mesquinhos que as comandam.
De volta a Portugal, estuda num colégio de Jesuítas em Santo Tirso, do qual é expulso, e continua os estudos no Liceu Pedro Nunes. Apesar do seu gosto pela matemática, a influência dos familiares leva-o a seguir as pegadas de seu pai tirando, assim, o curso de Advocacia na Faculdade de Direito de Lisboa. Contudo, não se sente realizado e, por isso, é breve a sua passagem pelo Direito.
O fascínio por Londres e por tudo o que lá aprendeu mantém-se bem vivo. Por isso, resolve voltar a esta cidade onde casa com uma senhora inglesa e se torna corredor de Fórmula 2. Dedica-se também à pesca e à gastronomia.
De novo em Portugal e incentivado por autores como José Cardoso Pires, começa a escrever para o Almanaque em 1960, sob o pseudónimo de Manuel Pedroso. Esta data representa um marco fundamental na carreira literária de Sttau Monteiro. Data de 1960 o seu primeiro romance, Um homem não chora. No ano seguinte, escreve Angústia para o jantar e o drama Felizmente há Luar!, que lhe valeu os primeiros Grandes Prémios de Teatro da Sociedade Portuguesa de Escritores da Fundação Calouste Gulbenkian. A estes se seguiram outros textos, sobretudo dramas, que confirmaram as suas qualidades como escritor.
Para além deste faceta, foi um conhecido jornalista, publicitário e gastrónomo.
Foi durante longos anos colaborador do Diário de Lisboa, Diário de Notícias e O Jornal. Em 1982 viu a sua novela Agarra o Verão Guida, Agarra o Verão dar origem à telenovela Chuva na Areia. Tornou-se conhecido do grande público, através da sua participação no concurso televisivo A Cornélia, no qual fazia de júri.
Foi este grande homem multifacetado, de espírito irreverente e combativo, cultivando uma grande paixão pela vida, que Lisboa viu desaparecer, precocemente, a 27 de Julho de 1993.
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