quinta-feira, 25 de outubro de 2012

"A Mensagem" e análise do Poema "Ascenção do Vasco da Gama"

Os Deuses da tormenta e os gigantes da terra/ Suspendem de repente o ódio da sua guerra/ E pasmam. Pelo vale onde se ascende aos céus/ Surge um silêncio, e vai, da névoa ondeando os véus,/ Primeiro um movimento e depois um assombro./ Ladeiam-no, ao durar, os medos, ombro a ombro,/ E ao longe o rastro ruge em nuvens e clarões./ / Em baixo, onde a terra é, o pastor gela, e a flauta/ Cai-lhe, e em êxtase vê, à luz de mil trovões,/ O céu abrir o abismo à alma do Argonauta./ / Reflexão: A figura de Vasco da Gama é engrandecida neste poema por vários aspectos: 1. Pela situação de elevação aos céus num plano superior ao da simples condição humana – libertando-se do corpo, torna-se alma e imortaliza-se; 2. Pelos efeitos provocados por esta situação: o pasmo dos Deuses e dos Gigantes, o silêncio e assombro da natureza e a admiração dos homens; 3. Pelo nome de “Argonauta” dado a Gama, identificando-o com os heróis míticos da Grécia antiga, que procuravam desvendar o desconhecimento, buscando o inacessível e o impossível. É de salientar que este poema se associa à representação que é conferida a Vasco da Gama “n’Os Lusíadas” obra em que o herói é também elevado no plano dos Deuses nomeadamente no episódio “Ilha dos Amores”.

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