terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Espaço e Tempo

Espaço
Acto 1º
Palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada.
Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa dos princípios do século XII. É, pois, um espaço sem grades, amplamente aberto para o exterior, onde as personagens ainda gozam a liberdade de se movimentarem guiadas pela sua vontade própria. Através das grandes janelas rasgadas domina-se uma paisagem vasta. – É o fim da tarde.
 
       Acto 2
Palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada, que agora pertença a D. Madalena.
Salão antigo de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família, muitos de corpo inteiro; estão em lugar de destaque o de el-rei D. Sebastião, o de Camões e o de D. João de Portugal. Portas do lado direito para o exterior, do esquerdo para o interior, cobertas de reposteiros com as armas dos Condes de Vimioso. Deixa de haver janelas e as portas, ainda no plural, são já mais destinadas a cercar as personagens que a deixá-las escapar.

  Acto 3
Parte baixa do Palácio de D. João de Portugal, comunicando pela porta à esquerda do espectador, com a capela da Senhora da Piedade na Igreja de S. Paulo dos Domínicos de Almada: é um casarão sem ornato algum. Arrumadas às paredes, em diversos pontos, escadas, tocheiras, cruzes e outros objectos próprios para uso religioso. É alta noite.
 
·        Qual é o tratamento dado ao espaço no Frei Luís de Sousa?
Progressão em termos negativos. Há um afunilamento quer a nível de luz, decoração ou amplitude. Ou seja, vai evoluindo no sentido da acção: vão surgindo acontecimentos que afectam a vida normal familiar e que culmina com a morte de Maria. A acção caminha no sentido da destruição, a par do tratamento que vai sendo dado ao espaço.
 
     Espaço social
-        Características do palácio de D. Manuelà família da aristocracia
-        Madalena lendoà Sendo mulher, usufrui de educação
-        A existência de Telmo, Doroteia, Miranda
   -     Maria lendo “Menina e Moça” de Bernardim Ribeiro
    -  D. João servia ao lado de D. Sebastião
     -  Pesteà população com más condições; a Almada não chega a peste devido à falta de comunicação
  -     Os casamentos não eram feitos por amorà D. Madalena casa com D. João por obrigação
   -     D. Madalena fica com tudo o que era de D. Joãoà os casamentos eram feitos com base na partilha
     -    Maria é uma filha ilegítima por ser filha de um segundo casamento
    -     Más comunicações: um cativo na terra santa não consegue fazer saber-se que está vivo e a família também não o encontra
   -     O marido funciona, muitas vezes, com pai da esposa, pois esta é muito mais nova que ele.
 

Tempo

     Informações temporais dadas através das falas das personagens
      Período vasto de tempo (21 anos) mas a acção representada tem apenas uma semana
      Batalha de Alcácer Quibir (1578) + 7 anos + 14 anos

Primeira sexta-feira (27 de Julho de 1599) à + 8 dias à Segunda sexta-feira (4 de Agosto de 1599) – HOJE   (2º acto)

5 de Agosto - madrugada
    Em cena temos apenas duas partes de dois dias
   Tempo histórico
Tempo da acção
  Ao afunilamento do espaço corresponde uma concentração do tempo dum dia especial da semana: 6ª feira
   As principais cenas passam-se durante a noite.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Caracterização de todas as personagens de Frei Luís de Sousa

Manuel de Sousa Coutinho  :
§ Nobre, cavaleiro de Malta
§ Construído segundo os parâmetros do ideal da época clássica
§ Racional
§ Bom marido e pai terno
§ Corajoso, audaz, decidido, patriota, nacionalista
§ Valores: pátria, família e honra
§ Excepções ao equilíbrio cena do lenço de sangue/espectáculo excessivo do incêndio

  D. João de Portugal :
§ Nobre
§ Cavaleiro
§ Ama a pátria e o seu rei
§ Imagem da pátria cativa
§ Ligado à lenda de D. Sebastião
§ Nunca assume a sua identidade

  Telmo Pais  :
§ Escudeiro e aio de Maria
§ Tem dois amos: D. João e Maria
§ Confidente de D. Madalena
§ Chama viva do passado
§ Provoca a confidência das três personagens principais
§ Considerado personagem modelada num momento: durante anos, Telmo rezou para que D. João regressasse mas quando este voltou quase que desejou que se fosse embora.

Frei Jorge Coutinho :
§ Irmão de Manuel de Sousa
§ Ordem dos Dominicanos
§ Amigo da família
§ Confidente nas horas de angústia
§ É quem presencia as fraquezas de Manuel de Sousa

D. Madalena de Vilhena:
§ Nobre e culta
§ Sentimental
§ Complexo de culpa
§ Torturada pelo remorso do passado
§ Ligada à lenda dos amores infelizes de Inês de Castro
§ Apaixonada, supersticiosa, pessimista, romântica ,sensível, frágil

D. Maria de Noronha:
§ Nobre
§ Precocemente desenvolvida, física e psicologicamente
§ Doente de tuberculose
§ Poderosa intuição e dotada do dom da profecia
§ Encarnação da Menina e Moça de Bernardim Ribeiro
§ Modelo da mulher romântica: a mulher-anjo
§ A única vítima inocente

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Módulo 7

Textos de Teatro 1

Vida e Obra de Almeida Garrett

A vida

 Na infância recebeu uma formação religiosa e clássica.
Concluiu o curso de Direito em Coimbra, onde aderiu aos ideais do liberalismo.
Em 1823, após a subida ao poder dos absolutistas, é obrigado a exilar-se em Inglaterra onde inicia o estudo do romantismo (inglês), movimento artístico-literário então já dominante na Europa.
Regressa em 1826 e passa a participar na vida política; mas tem de exilar-se novamente em Inglaterra em 1828, depois da contra-revolução de D. Miguel. Em 1832, na Ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal de D. Pedro IV e participa no cerco do Porto.
Exerceu funções diplomáticas em Londres, em Paris e em Bruxelas. Após a Revolução de Setembro (1836) foi Inspector Geral dos Teatros e fundou o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro Nacional.
Com a ditadura cabralista (1842), Garrett é posto à margem da política e inicia o período mais fecundo da sua produção literária. Durante a Regeneração (1851) recebe o título de visconde e é nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros.


A obra

Tem o grande mérito de ser o introdutor do Romantismo em Portugal ao nível da criação textual - processo que iniciou com os poemas Camões (1825) e D. Branca (1826).
Ainda no domínio da poesia são de destacar o Romanceiro (recolha de poesias de tradição popular cujo 1.º volume sai em 1843), Flores sem Fruto (1845) e a obra-prima da poesia romântica portuguesa Folhas Caídas (1853) que nos dá um novo lirismo amoroso.
Na prosa, saliente-se O Arco de Sant'Ana (1.º vol. em 1845 e 2.º em 1851), romance histórico, e principalmente as suas célebres Viagens na Minha Terra (1846). Com este livro, a crítica considera iniciada a prosa moderna em Portugal.
E quanto ao teatro, deve mencionar-se Um Auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém (1841) e sobretudo o famoso drama Frei Luís de Sousa (1844).






Romantismo em Portugal

A implantação do romantismo em portugal ocorre num contexto sociopolítico. São os anos posteriores às invasões francesas, que tinham originado o refúgio da corte portuguesa no Brasil e é também o tempo em que o desejo de independência dessa colónia ganha força. Na metrópole multiplicam-se as lojas maçónicas e germinam os ideais liberais.

Principais obras de Almeida Garrett

- Camões (1825)
- Dona Branca (1826)
- Adozinda (1828)
- Catão (1828)
- Romanceiro (1843)
- Cancioneiro Geral (1843)
- Frei Luis de Sousa (1844)
- Flores sem Fruto (1844)
- D’o Arco de Santana (1845)
- Folhas Caídas (1853)


Bibliografia de Almeida Garrett

O Retrato de Vénus" (1821), "O Toucador" (1822), "Catão" (1822), "Camões" (1825), "Dona Branca" (1826), "O Cronista" (1827), "Adozinda" (1828), "Lírica de João Mínimo" (1829), "O tratado da Educação" (1829), "Portugal na Balança da Europa" (1830), "Um Auto de Gil Vicente" (1838), "D. Filipa de Vilhena" (1840), "O Alfageme de Santarém" (1842), "Romanceiro e Cancioneiro Geral" tomo 1 (1843); tomo 2 e 3 (1851), "Frei Luís da Sousa" (1843), "Flores sem fruto" (1845), "O Arco de Sant'Ana" (1845), "Viagens na Minha Terra" (1845), "As profecias do Bandarra" (1848), "Um Noivado no Dafundo" (1848), "A sobrinha do Marquês" (1848), "Memórias Históricas de José Xavier Mouzinho da Silveira" (1849), "Folhas Caídas" (1853), "Fábulas e Folhas Caídas" (1853).